Durante pelo menos 5 décadas só se ouvia falar sobre o Carnaval que “antigamente é que era bom”, porque a participação do povo era intensa, que se tratava de uma grande brincadeira para toda a família.
Havia o carnaval de rua com seus cordões para os quais amigos, vizinhos e familiares faziam suas fantasias representando seus grupos e saiam atrás das bandas (nada de trio elétrico, música eletrônica ou funk), que tocavam as marchinhas engraçadas e até românticas.
Nos salões tinha a matinê para as crianças e à noite sempre a colombina tinha a esperança de encontrar o seu pierrot, um amor de carnaval.
Eram confetes, serpentinas, dança e alegria. Em alguns bailes, principalmente nas cidades interioranas acontecia o concurso dos blocos mais originais, mais animados e com as melhores fantasias.
Quando o sol nascia facilmente se encontrava a caminho de suas casas palhaços, príncipes, princesas, piratas, exaustos de tanta folia. Mas iam dormir para logo mais à noite começar tudo de novo por três dias.
Por muitos anos essa pureza do carnaval foi obscurecida pelo medo e pela tristeza. Os blocos de rua só continuaram acontecendo em algumas poucas cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Fortaleza e Ouro Preto. Se via as escolas de samba pela televisão e quem tinha condições comprava um ingresso caríssimo para um baile de carnaval, mas sem garantia de um ambiente saudável.
Os velhos concursos de fantasias se foram com toda a poesia dos antigos carnavais,
Os ingressos para os desfiles se tornaram cada vez mais caros para o povo poder participar, então só participa mesmo aqueles que são das comunidades e membros das escolas.
Os desfiles se tornaram cheios de regras. As escolas devem passar com 2.000 a 3.000 participantes em 50 minutos. Depois de trabalhar o ano inteiro para fazer seu show para os camarotes dos “Vips” o integrante tem poucos minutos para seu reinado. E então voltam para a comunidade com os pés feridos nos precários transportes públicos.
E assim o Carnaval seguiu sua história até que nos últimos cinco anos começaram a brotar nos bairros de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre blocos de carnaval de rua com uma cara nova.
São blocos cheios de energia e muita criatividade que estão tomando conta das cidades de tal forma que em 2019 São Paulo terá cerca de 570 blocos de carnaval. Desde os mais tradicionais com trios elétricos tocando marchinhas, samba e axé até os que tocam rock ou country.
Tem blocos para todos os gostos e para todas as faixas etárias. Como os blocos para a terceira idade “Véia é a Mãe” e “Recordar é Viver” ou os para crianças “Gente Miúda” e o “Erê Tantã”.
Escolas de instrumentos típicos de bandas carnavalescas como tamborim, cavaco, pandeiro e cuíca não dão conta da demanda de alunos que querem aprender e entrar para uma banda.
É compreensível essa atração pelo aspecto puro da festa mais popular do mundo – o brasileiro vive de alegria.
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